Revestimento rústico ganha mais espaço na arquitetura

Produto permite criar ambiente moderno, com característica regional e identidade visual única

POSTADO EM 29 DE MAR DE 2018 POR EDIFICAR

Por Naná Garcez

O moderno e o regional cada vez mais aparecem em fachadas, em paredes internas, espaços íntimos e como detalhes de ambientação. O uso do revestimento rústico representa essa tendência na arquitetura atual. Um exemplo concreto é um supermercado que está sendo construído na Avenida Rui Carneiro, em João Pessoa. Todas as fachadas recobertas por pequenos tijolos, em tons terra e preto, que, montados como um mosaico, produzem um resultado visual bastante interessante.

 “Os clientes procuram materiais que agregam valor, que tenham o conceito de rusticidade, mas não sejam grosseiros, sejam bem-acabados. É como pegar o tijolo aparente em uma tonalidade queimada, que não se usava, mas numa alusão ao que se tinha antigamente. Essa tendência tem um custo benefício bom, são materiais que se encontram na região e a mão de obra também. Traz a ideia de modernidade e de regionalidade”, disseram os arquitetos Eduardo Nóbrega e Marianna Silveira.

Segundo eles, o revestimento cerâmico rústico dá uma identidade mais local, que se busca na arquitetura atualmente e essas soluções trazem um visual particular. Na Paraíba, a Cerâmica Salema, através da Obi Revestimentos, produz elementos com esse conceito moderno, pois fabrica tijolinhos com cerca de 40 variações de tons, inclusive chegando ao preto, já trazendo novas opções para os arquitetos e profissionais utilizarem os revestimentos diferenciados em seus projetos.

Arquitetos Eduardo Nóbrega e Marianna Silveira conversou com o empresário da Obi, João Neto (Foto: Divulgação)

Dimensão das peças permite mais criatividade

Por praticidade, o tamanho das peças de revestimento se tornaram maiores. No entanto, quando se pensa no estilo rústico, as peças são em dimensões pequenas, então, a aplicação demora mais, porém, há possibilidade de se realizar um trabalho artístico e exclusivo. Um exemplo é a fachada do supermercado já citado.

Para esta obra, os arquitetos escolheram as cerâmicas, montaram um mosaico e depois foi só replicar o modelo. “Por ser um trabalho manual, ele fica um trabalho artístico mais autêntico”, disse Eduardo Nóbrega, enfatizando que a fachada do prédio é grande. Houve um cuidado maior com a mão de obra, que ficou mais atenta ao que estava fazendo. “O resultado foi incrível”, realçou Marianna Vieira.

Os profissionais, ao fazerem a escolha do material, avaliam as especificações técnicas do produto para que o cliente não tenha problema na fachada, no futuro e, no caso das peças da Obi, já sabiam que o produto podia ser usado em parede externa. Além disso, o corte nivelado permite uma aplicação melhor, em termos estéticos.

Combinação de materiais realça a cerâmica rústica

Tendência moderna do rústico intencional está em imóveis comerciais e residenciais, ambientes internos, como salas, banheiros e lavabos atendendo ao público jovem, aos recém-casados e clientes com outros perfis. Uma das vantagens é que a cerâmica rústica pode ser combinada com outros materiais.

Os arquitetos aplicaram na parede o revestimento semelhante ao tijolo aparente em um lavabo, junto com a bancada de madeira de demolição, uma cuba de louça preta e a torneira dourada. Também foi obtido um efeito charmoso, ao usarem o produto rústico numa parede com painel de TV.

Lavabo mistura rústico e moderno (Foto: Divulgação)

“A ideia do rústico, na região, está tendo uma aceitação grande. Tem a característica do regional, da nossa cultura. Não é mais para casa de campo, tanto que foi feito, agora, no Empório Café, um ambiente moderno e descolado e o resultado ficou muito bacana”, explica Marianna.

Entrega do material é mais rápida por ser uma empresa local 

O barro depois de queimado vira cerâmica e o produto rústico é queimado a cerca de 1.000 graus centígrados, segundo explicou o empresário João Neto, que produz o rústico intencional, na Obi. Há, ainda, uma série de processos de escolha de cores. Os materiais são feitos com personalização. Existem diferenciações de queima e de esmalte, então, cada quantidade de peças tem um roteiro de fabricação.  

As cerâmicas que estão no catálogo, estão no estoque. Mas, como é uma marca de boutique, não se faz em grande volume para pronta entrega. Por isso, segundo o empresário, existe um trabalho em conjunto com os arquitetos para sincronizar o prazo da obra com o da entrega. “Se quiser um lote específico, com definição de tons, pode ser ajustado”, disse o fabricante. Obi faz uma concorrência direta com itens nesse estilo, fabricados principalmente em São Paulo e Santa Catarina. Como a produção é na Paraíba, o atendimento é mais rápido.

Para Eduardo Nóbrega, esse é um ponto positivo. “O bom da Obi é poder ter o contato direto com o fabricante, coisa que não ocorre com um fornecedor de fora”, disse. A empresa entrega em todo o Brasil, mas o foco é a região Nordeste, pela logística e o atendimento. No caso do supermercado, por exemplo, deu para fazer uma entrega fracionada, fabricando e entregando à medida do avanço da obra. “Isso facilitou dentro da obra, pois profissionais foram fazendo à aplicação, enquanto a produção de outro lote ia acontecendo na fábrica”, revelou João Neto.